\n \n O dólar\n registrou forte alta nesta sexta-feira ante o real, atingindo o maior patamar\n de fechamento em três anos e meio e colocando em alerta total os investidores\n sobre possíveis atuações do Banco Central. \n \n Com baixo volume, o mercado sofreu os reflexos do\n exterior, ainda com a questão fiscal dos Estados Unidos pesando, mesmo após\n líderes republicanos se mostrarem abertos a um acordo sobre o assunto depois de\n reunião com o presidente norte-americano, Barack Obama. \n \n A moeda norte-americana subiu 0,76%, encerrando a\n R$ 2,0818 na venda. Trata-se da maior cotação desde o dia 15 de maio de 2009,\n quando fechou a R$ 2,109 na venda. \n \n A divisa encerrou próxima da máxima do dia, de R$\n 2,0840, quando chegou a subir 0,87% frente ao real. Segundo dados da BMamp;F,\n o giro financeiro ficou em torno de US$ 1,5 bilhão. \n \n "Depois que passou de R$ 2,08, acendeu o\n alerta vermelho. O BC com certeza está acompanhando de perto a moeda e pode\n atuar", afirmou o operador de câmbio da Intercam Corretora Glauber Romano,\n acrescentando que a autoridade monetária deve defender o teto informal de R$\n 2,10, última vez em ele atuou no mercado vendendo dólares. \n \n "Os problemas são os mesmos, os Estados Unidos\n continuam com o problema fiscal e a zona do euro continua em uma situação ruim,\n fazendo essa alta continuar", acrescentou Romano. \n \n O dólar já subiu 2,54% frente ao real em novembro e\n essa recente valorização da moeda - que ficou em torno de R$ 2,02 e R$ 2,03 por\n meses - traz a expectativa de que o BC poderá voltar a atuar na ponta vendedora\n para segurar uma apreciação excessiva da divisa e, portanto, possíveis repasses\n à inflação. \n \n A última vez que a autoridade monetária realizou\n swap cambial tradicional - equivalente a uma venda de dólares no mercado futuro\n - foi no final de junho, quando o dólar chegou a bater R$ 2,10 no intradia. \n \n Operadores acreditavam que próximo do patamar de R$\n 2,08, o BC já poderia atuar. "Tinha uma expectativa no mercado em relação\n a esses R$ 2,08. Não descarto que o BC atue diante de uma alta persistente ou\n movimento mais abrupto, mas hoje foi um dia de baixa liquidez", disse o\n consultor de pesquisas econômicas do Banco de Tokyo-Mitsubishi Mauricio\n Nakahodo. \n \n O baixo volume de negócios nesta sexta-feira pode\n ter potencializado os movimentos. O feriado da Proclamação da República na\n quinta-feira e outro feriado na terça-feira nos Estados de São Paulo e do Rio\n de Janeiro (Dia da Consciência Negra) - estão limitando a liquidez dos mercados\n brasileiros. \n \n No exterior, as preocupações com os cortes de\n gastos e aumento de impostos automáticos que irão ocorrer no início do ano que\n vem nos EUA, o chamado abismo fiscal, estão no foco dos mercados nos últimos\n dias e tem sustentado a alta do dólar, com temores de que o Congresso do país\n não chegue rapidamente a um acordo para resolver a questão. \n \n Nesta sexta-feira, no entanto, Obama esteve com\n líderes do Congresso e os republicanos saíram do encontro afirmando que estão\n preparados para concordar com receitas adicionais para evitar o abismo fiscal,\n desde que haja também reduções nos gastos. \n \n Após as declarações, as bolsas norte-americanas\n passaram a subir, mas o impacto não foi suficiente para trazer um grande alívio\n para as moedas. Às 17h42, o dólar tinha alta de 0,22% ante uma cesta de\n divisas, enquanto o euro caía 0,41% ante o dólar. \n \n O\n mercado também mostrava preocupação com a Europa que, pela segunda vez desde\n 2009, entrou em recessão.\n \n \n \n \n