Domingo, 4 de Maio de 2025
Política
06/11/2017 08:41:00
Eduardo Cunha diz à Justiça que delator e operador do PMDB atribui 'tudo' a ele

G1/LD

Imprimir

O ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ) disse nesta segunda-feira (6), em depoimento à Justiça Federal em Brasília, que não participou de nenhum esquema de corrupção e que o ex-operador do PMDB e delator Lúcio Funaro quer atribuir "tudo" a ele.

O depoimento de Cunha é sobre o suposto esquema de propinas envolvendo financiamentos do Fundo de Investimentos do FGTS (FI-FGTS), administrado pela Caixa Econômica Federal.

O esquema é investigado pela Operação Sépsis, um desdobramento da Lava Jato. Além de Cunha, também são réus nesse processo Lúcio Funaro, Fábio Cleto, ex-vice-presidente da Caixa, e Henrique Eduardo Alves, ex-ministro e ex-presidente da Câmara.

Cunha atacou Funaro logo no início do depoimento. O operador do PMDB, em audiência no fim de outubro, confirmou a existência do esquema de corrupção e listou políticos do partido que teriam se beneficiado, como Cunha e o presidente Michel Temer.

O ex-deputado acusou Funaro de atribuir "tudo" a ele. "A delação que ele faz agora está me transformando num posto Ipiranga. Tudo é Eduardo Cunha", disse.

Cunha refutou as acusações de corrupção e disse que irá contestar todas. "Nenhuma delas é verdadeira e eu quero rebater cada ponto delas", afirmou o ex-presidente da Câmara.

A fase de interrogatórios dos réus pelo juiz Vallisney Souza Oliveira, da 10ª Vara Federal de Brasília, começou há quase duas semanas.

Em seu depoimento, Cleto, que fechou acordo de delação premiada com o Ministério Público, relatou que recebeu propina em dinheiro vivo das mãos de Cunha.

Funaro, que também é delator, confirmou o esquema de corrupção e listou as pessoas que teriam conhecimento do esquema na Caixa, entre elas o presidente Michel Temer.

Condenação

Cunha está preso desde outubro de 2016 no Complexo Médico-Penal de Pinhais, na região metropolitana de Curitiba. Por conta da fase de interrogatórios na Operação Sépsis, ele foi transferido temporariamente a Brasília para acompanhar os depoimentos dos demais réus.

O ex-deputado já foi condenado pelo juiz federal Sérgio Moro, responsável pelos processos da Operação Lava Jato na primeira instância, a 15 anos e 4 meses de reclusão em outra ação.

Nesse processo, Cunha foi acusado de receber propina em contrato da Petrobras para a exploração de petróleo no Benin, na África.

COMENTÁRIO(S)
Últimas notícias