Domingo, 4 de Maio de 2025
Política
16/11/2012 11:00:01
Justiça de Jersey considera Maluf culpado por desvio de US$ 22 milhões
De acordo com a sentença, o "município foi vítima de uma fraude, que teve Paulo Maluf como um de seus participantes".

UOL/HJ

Imprimir
\n \n A\n Justiça da ilha de Jersey, paraíso fiscal britânico, determinou que as duas\n empresas atribuídas à família Maluf devolvam US$ 22 milhões à Prefeitura de São\n Paulo. Segundo a prefeitura, esse valor foi desviado pelo deputado federal\n Paulo Maluf (PP-SP), que foi prefeito de 1993 a 1996. Ainda cabe recurso da\n decisão". \n \n De\n acordo com a sentença, o "município foi vítima de uma fraude, que teve\n Paulo Maluf como um de seus participantes". \n \n O procurador-geral do Município de São\n Paulo, Celso Coccaro, comemorou. "É uma decisão pioneira, proferida no\n âmbito do direito internacional. Representou um marco contra a corrupção ao\n reconhecer a fraude contra a prefeitura", disse Coccaro. \n \n Segundo\n o procurador, ainda será calculado o valor dos juros da condenação, e o montante\n a ser recuperado pela prefeitura pode subir para US$ 32 milhões. \n \n As\n audiências do caso, iniciado pela Prefeitura de São Paulo, se encerraram em\n julho deste ano. Desde então as empresas ligadas à família de Maluf moveram sem\n êxito diversos recursos para anular o processo, discutir custos judiciais,\n apresentar novas provas e até reformar a defesa. \n \n As\n empresas pagaram em juízo, no mês passado, cerca de R$ 450 mil à prefeitura,\n porque foram derrotadas em um pedido para que a causa fosse enviada ao Brasil. \n \n A\n decisão divulgada ainda não é final, e um recurso pode ser apresentado no prazo\n de um mês. Até agora a defesa das empresas ligadas a Maluf não obteve nenhuma\n decisão a seu favor e já foi repreendida nos autos pelo juiz principal, Howard\n Page, por conta das medidas protelatórias que tomou. \n \n A\n Prefeitura de São Paulo e o Ministério Público de São Paulo afirmam que o\n dinheiro em Jersey, em nome das empresas Kildare Finance e Durant\n International, tem como origem desvios que teriam ocorrido durante a construção\n da avenida Água Espraiada (atual Jornalista Roberto Marinho), uma das\n principais obras da gestão Maluf. \n \n A\n assessoria de Paulo Maluf se limita a dizer que ele nunca teve contas no\n exterior e que sua gestão foi aprovada pelo Tribunal de Contas. \n \n Segundo\n documentos do processo, os advogados das empresas informaram que parte do\n dinheiro que movimentaram veio de um negócio intermediado por Maluf, a venda da\n Enterpa Ambiental, uma das responsáveis pela coleta de lixo na cidade em sua\n gestão, ao grupo Macri. \n \n Maluf\n teria recebido comissões por sua participação no negócio, que foi concluído em\n 1998, mesmo sem um contrato escrito com as partes. \n \n Segundo\n documentos do processo, os advogados também apontaram Flávio Maluf, filho do\n deputado, como um dos diretores da Durant International e de sua controladora,\n a Sun Diamond, que administram o dinheiro depositado e já bloqueado pelas\n autoridades em Jersey. \n \n Advogados\n da defesa admitiram à Justiça que Maluf tinha "interesse direto ou\n indireto" na Durant e na Kildare, mas depois negaram tal fato e citaram\n apenas Flávio. \n \n A\n Folha revelou em julho que documentos obtidos pelas autoridades\n brasileiras mostram que Flávio movimentou pessoalmente recursos transferidos\n ilegalmente a Jersey na gestão de Maluf como prefeito de São Paulo. \n \n Os\n documentos foram obtidos entre 2004 e 2007 e incluem cartas em que Flávio Maluf\n dá instruções para a movimentação de contas. nbsp;\n \n \n \n \n
COMENTÁRIO(S)
Últimas notícias