Quinta-Feira, 1 de Maio de 2025
Política
09/11/2022 10:11:00
Lula terá de cumprir 1 promessa eleitoral a cada 14 dias de mandato
Mesmo sem plano de governo detalhado, petista assumiu ao menos 103 compromissos, muitos deles vagos

Folha/PCS

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O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) terá que cumprir uma promessa eleitoral a cada 14 dias de seu mandato para atender os compromissos assumidos ao longo da campanha —embora a maior parte das propostas seja vaga e não tenha sido detalhada pelo petista.

Essa lista se refere aos objetivos divulgados em seu programa de governo, nas propagandas eleitorais, na carta de compromissos lançada em 27 de outubro e em entrevistas dadas à imprensa no período eleitoral.

Lula lançou nessas plataformas e em declarações ao menos 103 propostas em áreas como a economia, agricultura, educação, saúde e segurança pública, além de questões políticas, como a organização de ministérios.

Nessa conta estão ainda afirmações do futuro chefe do Executivo como a de que não concorrerá à reeleição em 2026, de que não privatizará a Petrobras e os Correios e de que não trabalhará para modificar a política de ICMS dos estados.

Lula enfrentou críticas na campanha por não ter apresentado um plano de governo detalhado. A maior parte dos objetivos traçados não explica como eles serão viabilizados financeiramente ou implementados administrativamente.

Promessômetro do Lula

A barreira financeira já é vista pelos aliados do petista na manutenção dos R$ 600 do Auxílio Brasil, na expansão de R$ 150 do programa para famílias com filhos e no reajuste da tabela do Imposto de Renda, conferindo isenção a quem recebe até R$ 5.000.

Estima-se que a continuidade dos R$ 200 adicionais no Auxílio Brasil tenha um custo estimado em aproximadamente R$ 52 bilhões. Já o benefício adicional para as crianças é calculado em R$ 18 bilhões.

No caso do salário mínimo, a regra em avaliação pela campanha (com base na média do crescimento dos últimos cinco anos) asseguraria um aumento de 1,3% a 1,4%. O impacto no Orçamento é de R$ 6 bilhões, se o reajuste for aplicado já em janeiro, ou R$ 3,9 bilhões, caso a vigência inicie em maio.

A equipe de Lula e o relator do Orçamento de 2023, senador Marcelo Castro (MDB-PI), acertaram na quinta-feira (3) a apresentação de uma PEC (proposta de emenda à Constituição) para autorizar despesas acima do teto de gastos, tentando evitar um apagão social no próximo ano.

Entre outras propostas estão uma reforma tributária com taxação dos mais ricos, além do fim do teto de gastos, um aperfeiçoamento da reforma trabalhista e a mudança da política de preços da Petrobras, que hoje segue a flutuação do mercado internacional.

Fora do campo econômico, as principais propostas do presidente eleito envolvem o fim da política de armamento do presidente Jair Bolsonaro (PL), além do cumprimento de metas ambientais estabelecidas na Conferência de Paris, em 2015, e a reforma da carreira policial e do sistema penitenciário.

Para a implementação de promessas do petista, faltam detalhes da vinculação de iniciativas a ministérios e limites, prioridades ou fases de concretização para cada tema.

Uma das justificativas da equipe de Lula para a pouca profundidade nos compromissos programáticos é a ausência de informações durante o atual governo.

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