Quarta-Feira, 7 de Maio de 2025
Política
01/06/2017 15:26:00
MPF vai investigar contratos da Rio-2016 com empresário preso na Lava-Jato

O Globo/LD

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Na esteira da Operação Ratatouille, que levou à prisão o empresário Marco Antônio de Luca, suspeito de pagar propina ao esquema do ex-governador Sérgio Cabral em troca de contratos com o governo do Rio, o Ministério Público Federal (MPF) investigará também o Comitê Organizador Rio-2016 e seus contratos com a Masan, empresa de Marco Antônio que fez pelo menos seis acordos comerciais com o Comitê.

Os procuradores notificaram o Rio-2016 para que forneça em 24 horas informações relativas aos contratos com a Masan: valores, objeto e tempo dos acordos. O Rio-2016 assinou pelo menos seis contratos com a empresa de Marco Antônio, nas áreas de conservação, limpeza, gestão de resíduos, alimentação e hospitalidade.

As suspeitas sobre de Luca foram confirmadas com o depoimento de Luiz Carlos Bezerra, operador do esquema de Cabral, na casa de quem foram encontradas anotações de pagamentos. "Loucco" era o codinome dele, e os pagamentos ao esquema garantias às suas empresas os contratos com o governo, segundo o MPF. Em parcelas de R$ 200 mil mensais, os pagamentos totalizaram R$ 12,5 milhões, de acordo com os procuradores.

Os pagamentos de Marco Antônio ao esquema, segundo a planilha de Bezerra, cresceram em 2016, quando Cabral já havia deixado o governo. Isso despertou a suspeita dos procuradores de que os pagamentos ajudaram o empresário a obter os contratos com o Comitê Organizador.

— Há indicativos de propina ao ex-governador quando já havia saído do cargo, e coincide com o período dos grandes eventos — disse a procuradora Fabiana Schneider, que concluiu: — Vamos analisar as informações que vierem do comitê, juntar com outras que estamos obtendo e tirar as conclusões.

OUTRO LADO

Sobre as investigações e a operação desta quinta-feira, a Masan afirmou que Marco de Luca não faz mais parte da empresa desde 2015. E que a Masan tem contratos com o governo estadual do Rio desde 2005, antes de Sérgio Cabral, tendo sempre vencido as licitações licitamente.

Veja a íntegra da nota da Masan:

"A Masan Marco de Luca não faz parte da Masan desde agosto de 2015 e nunca participou do quadro societário da Milano.

A Masan trabalha com o Governo do Estado do Rio de Janeiro desde 2005, antes do início da administração Sérgio Cabral. Todas as licitações ganhas pela empresa foram pela modalidade de menor preço. A Masan ressalta ainda que nunca foi condenada por qualquer tipo de irregularidade em sua história.

A empresa sofre hoje, como todos os prestadores de serviços, com a inadimplência do Governo do Estado do Rio de Janeiro, que chega à casa de R$ 70 milhões. O passivo, iniciado em 2010, vem sendo cobrado na instância administrativa.

A empresa sempre se colocou à disposição das autoridades para prestar todos os esclarecimentos necessários sobre suas operações."

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