MMN/PCS
ImprimirO governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel (PSDB), estará em Brasília, nesta terça-feira (19), para se filiar ao PP, comandado regionalmente pela senadora Tereza Cristina.
A informação foi confirmada ao Midiamax pelo gabinete do senador Ciro Nogueira, presidente nacional do PP. O evento da Convenção Nacional do PP será a partir das 9h (horário de Brasília), no Auditório Petrônio Portela, no Senado Federal. O chefe do executivo estadual estudava a ida para outro partido após o enfraquecimento do PSDB a nível nacional. Entre as possibilidades ventiladas, estavam no PSD e o PP, mas a decisão do tucano foi migrar para o Progressista.
A presidente do PP em Mato Grosso do Sul, senadora Tereza Cristina, apoiou o tucano no segundo turno das eleições em 2022 e, inclusive, teria intercedido por Riedel em Brasília para que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se mantivesse neutro e não continuasse com o apoio ao outro candidato, Capitão Contar (PRTB).
O tucano informou, em coletiva de imprensa na última segunda-feira (18), que anunciaria os próprios rumos em novo partido na quarta-feira (20). Reunião com o presidente nacional do PSDB, Marconi Perillo, em Campo Grande, discutiu os rumos do ninho tucano em Mato Grosso do Sul.
O Estado é um dos últimos redutos da sigla no país, que sofreu com a perda de protagonismo nos últimos anos e agora tenta se reestruturar e articula uma possível federação com MDB e Republicanos.
A sigla contava com três governadores, mas atualmente resta apenas Riedel no ninho tucano. Os governadores Eduardo Leite (Rio Grande do Sul) e Raquel Lyra (Pernambuco) migraram para o PSD. O presidente do Partido Social Democrático, Gilberto Kassab, também fez um convite a Riedel para integrar a sigla.
Partidos
O PSDB procura alianças e pretende se fortalecer nacionalmente, após perder espaço. A sigla que governou o Brasil entre 1995 e 2002, com a presidência de Fernando Henrique Cardoso, vê atualmente o esvaziamento do ninho. A federação entre PSDB e Cidadania rendeu apenas 18 deputados federais e nenhum senador em 2022, o pior desempenho do PSDB.
Mato Grosso do Sul é um dos últimos redutos em que o PSDB segue em protagonismo. A visita de Perillo ao Estado teve, entre os objetivos, traçar estratégias para as eleições em 2026.
A reunião na Segov (Secretaria de Estado de Governo e Gestão Estratégica) com Perillo reuniu os três deputados federais, que devem continuar no PSDB, Riedel e o presidente regional do PSDB, Reinaldo Azambuja. O ex-governador está de “malas prontas” para se filiar em setembro ao PL, mesmo partido de Bolsonaro, em tentativa de fortalecer a reeleição de Riedel em 2026.
“Eu não tenho interesse em esvaziar [o PSDB], eu acho que nós temos condição, eu [Azambuja] indo para o PL, de crescer o PL. Acho que o Riedel indo para o PP tem condição de ajudar a crescer também, que já é grande, é o segundo partido, e [ele] não tem interesse em esvaziar o PSDB”, explicou o ex-governador.
Perillo afirmou que os deputados federais irão continuar no ninho tucano em Mato Grosso do Sul, mesmo após a “revoada” das lideranças. Em coletiva de imprensa, o ex-governador de Goiás apontou que a prioridade do PSDB nas próximas eleições é fortalecer a bancada federal e prometeu investir nas candidaturas em Mato Grosso do Sul.
Esse é um ponto especial de atenção em todos os partidos, já que a quantidade de cadeiras ocupadas no Congresso Nacional define a quantidade de recursos eleitorais e o tempo de propaganda em rádio e TV.
Outro detalhe é que os deputados precisariam aguardar a janela partidária em 2026 caso não queiram continuar no PSDB, especialmente diante da possibilidade de federação com o Republicanos e MDB.
O presidente nacional do ninho quer fortalecer o partido nos estados em que há possibilidade de eleger bancada, como em Mato Grosso do Sul.
Os planos do PSDB nas eleições em 2026 envolvem dobrar o número de deputados federais, eleger senadores para formar uma bancada e apoiar até cinco candidatos a governos estaduais.
“Há uma estrutura partidária aqui muito robusta, com muita musculatura. Essa estrutura partidária ficará sob a liderança deles [deputados federais] e, é claro, com apoio do governador, do ex-governador. Isso tudo a gente faz de forma muito clara, transparente, muito bem conversada, muito bem articulada. Nós, da Nacional, vamos dar as garantias aos três deputados federais de Mato Grosso do Sul com o fundo eleitoral, com todo o apoio institucional que um partido como o PSDB pode oferecer”, garantiu Perillo.