G1/PCS
ImprimirO ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal, determinou o arquivamento de inquérito aberto para investigar o senador Antonio Anastasia (PSDB-MG) na Operação Lava Jato.
Zavascki atendeu a pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que considerou insuficientes os indícios para o prosseguimento da apuração.
O inquérito foi instaurado em março deste ano, depois que o policial federal Jayme Alves de Oliveira Filho, conhecido como Careca, afirmou em depoimento que entregou, em 2010, R$ 1 milhão a mando do doleiro Alberto Youssef a uma pessoa que parecia ser o senador. Youssef negou que tenha mandado entregar dinheiro ao tucano. O senador também nega a acusação.
No fim de agosto, Janot havia opinado pelo arquivamento por não ver elementos mínimos para o prosseguimento da investigação. Mas, dias depois, a Polícia Federal pediu ao ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no STF, para prosseguir a apuração porque teria encontrado novos indícios. Novamente Janot opinou pelo arquivamento por considerar os indícios insuficientes.
A PF havia apontado que recebeu denúncia de um cidadão, feita por meio da Presidência da República, no qual foram passadas informações sobre endereço onde teria sido entregue dinheiro a Anastasia. A PF disse ainda que, em diligências preliminares, encontro elo entre moradores do local e o senador.
Apesar da divergência entre PF e PGR, o ministro acatou a recomendação do procurador por considerar que cabe a Janot a decisão de investigar ou não, porque ele é o titular da ação penal contra políticos. O ministro destacou que o inquérito poderá ser reaberto no caso de surgimento de novas provas.
Trata-se do primeiro arquivamento no Supremo dentro da Lava Jato por não se conseguir comprovar denúncias feitas por outros investigados.
Cinco parlamentares já foram denunciados ao Supremo após investigações abertas a partir de delações: o presidente da Câmara, Eduardo Cunha; os deputados Arthur Lira e Nelson Meurer; e os dois senadores Fernando Collor de Mello e Benedito de Lira. Eles foram acusados de crimes, como corrupção e lavagem de dinheiro.