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ImprimirO presidente Michel Temer criticou nesta terça-feira (12), em discurso no Palácio do Planalto, o fato de que, para ele, no Brasil "cada um quer derrubar o outro". Temer também disse que o povo é capaz de superar problemas que, segundo o presidente, muitas vezes são "artificialmente criados".
"O povo brasileiro é maior do que toda e qualquer crise, o povo brasileiro é capaz de encarar os problemas, muitas vezes artificialmente criados, e dizer 'não vou para o artifício, eu vou na realidade', e a realidade é o crescimento do país", afirmou o presidente.
A declaração de Temer ocorreu um dia após a conclusão de um inquérito no qual a Polícia Federal aponta indícios de que o presidente tinha voz de comando em uma suposta organização criminosa formada por integrantes do PMDB da Câmara.
Pouco antes do discurso de Temer, o Palácio do Planalto divulgou uma nota na qual disse que “facínoras roubam do país a verdade” e que “bandidos constroem versões” em busca de imunidade ou perdão de crimes.
Questionada pelo G1, a assessoria da Presidência informou que a nota responde “recentes acusações contra o presidente”.
No discurso no Planalto, feito após um evento do governo com empresários, Temer disse ainda que no Brasil cada um quer "encontrar um caminho para verificar como atrapalha o outro".
"Podemos fazer novas reuniões aqui, até trazendo mais gente de todo o país. Esse diálogo é fundamental para a democracia, até porque irmana, fraterniza as pessoas. É uma coisa muito importante num país em que cada um quer derrubar o outro, cada um quer derrotar o outro, cada um quer encontrar um caminho para verificar como é que atrapalha o outro. E não consegue, não consegue porque o Brasil não para", disse o presidente.
Recuperação da economia
Questionado por jornalistas ao final do encontro se o momento político, com expectativa de uma nova denúncia apresentada pela Procuradoria Geral da República contra Temer, poderia atrapalhar a recuperação da economia, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou que as “instituições estão funcionando”.
“O debate político é absolutamente legítimo e todo o mais faz parte do funcionamento das instituições brasileiras dentro da Constituição”, disse o ministro.
Meirelles destacou ainda que “não adianta lutar contra os números” e citou a recente queda na taxa básica de juros e o desempenho da bolsa de valores. “Tudo isso mostra que os mercados estão acreditando no desempenho da economia brasileira”, afirmou.
O ministro também disse que o governo mantém a ideia de tentar aprovar o texto da reforma da Previdência, aprovado na comissão especial da Câmara, sem a perspectiva de fatiar ou amenizar a proposta. Na segunda, o próprio Meirelles declarou via Twitter a retomada das negociações sobre a reforma, prevendo tentar aprová-la em outubro.