Na sessão do dia 26 de junho o vereador Vilmar Vendruscolo (PTB) denunciou que alguns moradores de Coxim estão sendo cobrados por energia desviada em decorrência de braços e luminárias colocados em postes da zona rural, pelo setor de iluminação pública da prefeitura de Coxim.

Denúncia foi levada à câmara por Vilmar (esquerda), serviço teria sido feito na época em que Careca (direita) comandava o setor (Foto: PC de Souza/Arquivo)

Com a descoberta da fraude, a empresa responsável pelo fornecimento de energia está calculando o prejuízo e efetuando as cobranças em nome dos proprietários rurais. O Edição MS levantou que essas luminárias são colocadas geralmente no padrão da propriedade, antes do medidor, não contabilizando o consumo das mesmas.

A denúncia levou o vereador Abilio Vaneli (PT) apresentar dois requerimentos, na sessão desta terça-feira (4). O primeiro para a secretaria de Obras e o segundo para a Energisa. Por terem sido feitos de forma verbal, solicitando documentos, ambos foram deferidos pelo presidente da Casa de Leis, Vladimir Ferreira (PT), também de forma verbal.

Como o setor de iluminação pública é subordinado a secretaria de Obras, Abilio quer saber se foram instalados braços e luminárias na zona rural entre janeiro de 2015 e dezembro de 2016, quem instalou, atendendo ordem de quem, o custo disso para o município e quem realizava o controle. Para aproveitar o requerimento, o parlamentar também solicitou o gasto com iluminação pública de Coxim nesse período.

Abilio deu início a investigação com requerimentos (Foto: PC de Souza/Arquivo)

Já para a empresa responsável pelo fornecimento de energia, Abilio perguntou sobre as irregularidades, onde foram encontradas, quantas, qual o prejuízo, se houve retirada dos braços e luminárias, se foi constatada a participação de funcionário público e se a empresa informou a situação às autoridades competentes para tomada de outras providências, entre outras informações que a Energisa tiver interesse em enviar à Casa de Leis.

Uma fonte ouvida pelo Edição MS informou que não existe iluminação pública na zona rural, esse é um serviço disponibilizado apenas para a cidade, por isso a certeza de irregularidade praticada pelo setor. Esses braços e luminárias foram colocados em postes dos padrões, geralmente fixados na porteira da propriedade rural ou próximo das residências da sede, consumindo energia desviada.

Responsável pelo setor de iluminação na época denunciada, o vereador Lucimar Barbosa de Oliveira (PRB), o Careca da Iluminação, disse que nem ia falar, por conta de dores, mas acabou usando a tribuna. Ele afirmou que nenhum colega vai o intimidar. “Não foi ele [Abilio] que votou em mim e muito menos a família dele pra cobra as coisa de mim”, declarou Careca.

Entretanto, Abilio enfatizou, também na tribuna pouco tempo depois, que não se trata de retaliação a ninguém. “Quem exerce cargo público e cumpre a lei não precisa ter medo de nada, pois quem cumpre a lei está isento de qualquer punição”, ponderou o petista. Ele frisou ainda que está apenas exercendo sua função de investigar e ainda alfinetou, dizendo que o dia em que tiver que dobrar a esquina, para ir ao Ministério Público Estadual, vai munido de provas, não de achismo.