Segunda-Feira, 6 de Maio de 2024
Esportes
10/05/2017 12:15:00
Coxinense Nicolas Ferreira entra para história do FMX nacional ao acertar o frontflip

Cros Brasil/PCS

Imprimir
Foto: Divulgação

O frontflip representa um dos maiores marcos evolutivos do freestyle motocross. A execução da manobra envolve risco, técnica e certa engenhosidade. Definitivamente, abriu nova porta através da qual o FMX evoluirá nos próximos anos. O coxinense Nicolas Ferreira é o primeiro brasileiro a cruzá-la. Em 29 de abril, o piloto radicado em Sinop (MT) acertou o frontflip durante a 15ª edição do Barretos Motorcycles.

Basta observar o frontflip para notar todo o risco envolvido. Porém, além do perigo que impressiona aqueles que assistem à manobra, Nicolas aponta algo que pela perspectiva do piloto preocupa mais: a falta de visão. O piloto explica que o frontflip é um salto cego. Ou seja, na rotação para frente perde o contato visual com o pouso. Retomado poucos instantes antes de acertar a recepção.

A manobra é um salto de fé ancorado na técnica.

Técnica que Nicolas levou por volta de sete meses para dominar, contando desde a primeira rotação até o sucesso em Barretos. Neste período, a execução passou até por evolução. Inicialmente, Nicolas manobrava numa rampa conhecida como kicker. Com projeção mais curta, porém, mais para cima. Depois, passou para a rampa utilizada nos saltos, ditos, “normais”, sobre maiores distâncias.

Normais, mas no caso nem tanto. A rampa para o frontflip tem uma diferença fundamental: em sua extremidade há uma plataforma móvel, que impulsiona a traseira da moto, possibilitando que o piloto execute o giro à frente. E para Nicolas construir o dispositivo, uma figura foi crucial: Giovani Ferreira. Pai e ex-piloto de motocross. Ambos analisaram os sistemas utilizados pelos pilotos estrangeiros e criaram a solução brasileira.

No fim, após muito empenho, erros e acertos, Nicolas conseguiu. Aos 20 anos, tornou-se o primeiro piloto brasileiro a acertar o frontflip. E entrar no ainda restrito círculo desta manobra de vanguarda.

Nicolas Ferreira

“O frontflip envolve muitos desafios, como desenvolver a rampa articulada. Ainda há o risco do salto cego. Giro a manobra, e somente enxergo a recepção pouco antes de sentir a pancada do pouso. Apesar de tudo isso, ainda evoluí a manobra ao longo dos meses. No começo fazia o frontflip num kicker, com 11 metros de distância. Já para o Barretos Motorcycles utilizei outra rampa, saltando 15 metros de distância”.

COMENTÁRIO(S)
Últimas notícias