Sheila Forato
ImprimirPassava das 19 horas desta quarta-feira (22) quando os delegados Silvia Girardi Menck e Gustavo Mussi terminaram o flagrante da comunidade terapêutica Abraçando Vidas, localizada no assentamento Vale do Taquari, em Coxim.
Foram mais de 12 horas de trabalho que resultaram na prisão em flagrante de Roberto Softov, que era administrador do local. Segundo os delegados, ele foi indiciado por vários crimes, cujas penas chegam a 10 anos de prisão, se somadas.
Silvia e Mussi explicam que inicialmente Softov vai responder por três crimes. Os principais são vender, ter em depósito para vender ou expor a venda mercadoria imprópria para consumo, assim como nociva à saúde. Isso porque na padaria da clínica foram encontrados pães e panetones nesta situação.
Entretanto, ele também vai responder por reter o cartão magnético de conta bancária relativa a benefícios, proventos ou pensão de um idoso, crime previsto no artigo 104 do Estatuto do Idoso. Vale ressaltar que na comunidade a polícia encontrou essa situação.
De acordo com Silvia, outros crimes também serão investigados. Ao final do flagrante, os delegados foram ouvir Softov, que estava acompanhado de dois advogados e não quis prestar esclarecimentos. Desta forma, ele ficou ciente das acusações. Em seguida, o preso foi encaminhado ao Estabelecimento Penal Masculino de Coxim.
Entenda o caso
Softov é administrador da clínica interditada durante a manhã numa operação da Polícia Civil, que contou com apoio da Vigilância Sanitária. Muita sujeira foi encontrada no local. Na padaria montada para fabricação de pães e afins a imundice predominava.
Alimentos vencidos, misturados com produtos para a venda e todo tipo de lixo compunham o cenário. O problema não estava apenas na padaria. A sujeira dos alojamentos comprova que os internos viviam na imundice.
Conforme a Vigilância Sanitária, a comunidade terapêutica não estava com a documentação em dia. O alvará de funcionamento para 2015 não tinha sido providenciado. Há menos de 15 dias o local passou por fiscalização, sendo que o administrador foi notificado e recebeu auto de infração.
Também foram apreendidos medicamentos vencidos, alguns controlados. Vestígios do uso de entorpecentes foram encontrados em diversos locais da comunidade terapêutica, assim como uma porção de maconha e cigarro contrabandeado.
É importante frisar que a operação da Polícia Civil contou com aval da Justiça, que concedeu mandado de busca e apreensão por meio da juíza criminal de Coxim, Tatiana Dias de Oliveira Said.
No momento da operação 23 internos estavam na clínica. Todos foram ouvidos e liberados. Para tanto, a polícia contou com ajuda da secretaria de Assistência Social, que localizou familiares dos mesmos. Oito são de Coxim e foram devolvidos para suas famílias, os outros foram levados para a Casa Abrigo. Os que moram fora vão receber passagens para voltarem aos seus lares assim que a secretaria fizer contato com os familiares.